Em meio as crises capitalistas, as privatizações avançam a passos largos. Não são somente empresas e instituições da área de serviços, são também importantes e estratégicos setores que estão na mira dos capitalistas do setor financeiro.
São dezenas de empresas na lista para serem entregues à iniciativa privada como Correios, refinarias da Petrobrás, Casa da Moeda, Eletrobrás, etc. No setor da Educação é o Future-se, considerado um projeto para privatização de universidades e institutos federais de ensino que ficarão à mercê de interesses do mercado caso queiram sobreviver.
Mas, já temos resistência. Várias universidades federais já estão mobilizadas contra o Future-se, inclusive com ocupação. Trabalhadores e trabalhadoras dos Correios iniciaram greve nacional contra a privatização e atinge todos os estados.
Petróleo: o ouro negro
Um dos alvos mais cobiçados para privatização é a Petrobrás e as jazidas de petróleo e gás ainda não exploradas. No segundo trimestre desse ano o lucro da Petrobrás foi quase 20 bilhões de reais, ou seja, uma empresa lucrativa.
O governo já assumiu que faz estudos para preparar a privatização. Na verdade, trata-se de um plano antigo com sucessivas gestões tomando várias medidas para justificar para a população a privatização. A forma como foi conduzida a Lava-Jato, por exemplo, seguiu nessa direção de desprestigiar a empresa e fortalecer a ideia de que o único caminho é vendê-la.
Mesmo com a propaganda massiva, a última pesquisa indicou que a maioria da população é contra as privatizações, incluindo a da Petrobrás. Por isso, ao ser onde enfrenta maior resistência, ela deve ser uma das últimas.
Privatizar a Petrobrás significa abrir mão de um projeto nacional para o país, pois há imensas quantidades de petróleo e gás para serem explorados, ou seja, além de todo o ativo (prédios, plataformas, etc.) há uma riqueza enorme e incalculável no subsolo brasileiro que poderia ser destinada ao desenvolvimento nacional. Mas sabemos que há muito tempo estão sendo impostas formas mascaradas de privatização como as concessões, partilhas e parcerias com o setor privado.
Por uma campanha nacional contra todas as privatizações
As campanhas salariais de trabalhadores/as da Petrobrás e Correios estão cruzadas com a luta contra a privatização dessas empresas.
Sob mando de Bolsonaro e Paulo Guedes as duas empresas querem impor derrotas aos trabalhadores, retirar vários direitos conquistados há anos e facilitar o caminho para as privatizações. E como falamos a lista é grande.
Cada empresa privatizada significa a entrega da riqueza nacional para grupos privados que ficam mais ricos e buscam ainda maior exploração, o que prejudica de imediato o povo.
Por isso, é necessário e urgente ampliarmos as lutas contra as privatizações, que as centrais sindicais, sindicatos e demais entidades do movimento social engrossem campanhas de denúncia e esclarecimento para que a classe trabalhadora de conjunto entenda o que se perde com cada uma dessas empresas, universidades, escolas públicas privatizadas.
Petrobrás tem que ser do povo
A FNP (Federação Nacional dos Petroleiros), que reúne vários sindicatos do país, lançou a Campanha “Petrobrás tem que ser do povo” como forma de conscientizar a população sobre os prejuízos que as pessoas, principalmente as mais pobres, terão com a privatização.
A campanha criou vários materiais como adesivos, abaixo-assinado online, vídeos e materiais para serem reproduzidos. Todos estão no https://bit.ly/2ZsocOp.
Essa campanha não pode ficar somente entre Petroleiros, os demais sindicatos e entidades de luta e de defesa de trabalhadores necessitam incorporá-la urgente e levar o debate para outras categorias profissionais e demais setores da população.
- Contra as privatizações!
- Monopólio da Petrobrás sobre todo o petróleo e gás;
- Petrobrás 100% estatal sob controle dos trabalhadores;
- Suspensão imediata da venda de ativos e de leilões de petróleo e gás. Reversão dos já realizados.