O papel que o sistema financeiro ocupa na política está muito relacionado com as políticas econômicas desenvolvidas pelos governos em todo o mundo.
No Brasil não é diferente e ocorre de diversas formas: remuneração sobre sobra de caixa para garantir rentabilidade ao dinheiro que os bancos não conseguem emprestar; sistema de dívida pública que só aumenta seu volume sem nenhum investimento em infraestrutura do país, reformas como a da Previdência que garante dinheiro para bancos e especuladores, impostos menores para banqueiros e especuladores, entre outras.
Nesse sentido, a Emenda Constitucional 95 (EC 95) é uma das mais perversas e impede investimento nos serviços públicos por 20 anos. Com isso, a crise no transporte, Saúde e Educação públicas tendem só piorar.
Com isso, também vemos aumentar a privatização de serviços públicos fundamentais para toda a população. Na saúde, por exemplo, existe a proliferação das Organizações Sociais, muitas delas envolvidas em vários esquemas de fraude.
Ataque ao funcionalismo público
Como parte da destruição dos serviços públicos, Bolsonaro e Paulo Guedes partem para cima do funcionalismo público. Na mira está: federal, estadual e municipal.
Primeiro, transformam o funcionalismo público em “bode expiatório”, com propaganda mentirosa que coloca o funcionário público como privilegiado e responsável pela situação caótica de escolas, hospitais, fila do INSS, etc.
Segundo, atacam direitos conquistados. Bolsonaro e Paulo Guedes já conseguiram aprovar a reforma da previdência contra o funcionalismo público federal e trabalhadores da CLT e agora os governos estaduais estão impondo a reforma nos estados. Também está na lista o fim da estabilidade (uma garantia para o servidor exercer sua função independente de cada governo de plantão), possibilidade de redução de salário, limitação de concurso público (e aumento da terceirização), etc.
Dia 18 de Março tem Greve em defesa de direitos e do serviço público
Há várias iniciativas do funcionalismo público para enfrentar os ataques. A principal até o momento é a Greve Geral do funcionalismo, no dia 18 de março.
O congresso do ANDES votou construir a Greve Geral da Educação nesse dia. Em São Paulo, cerca de 100 pessoas participaram da plenária organizada pelo Fórum de Trabalhadores do setor público para preparar ações na base das categorias. Também várias categorias têm realizado assembleias para definir sua participação nesse processo.
Sabemos que a Greve só vai acontecer se conseguirmos incorporar a participação da base das diversas categorias nesse processo, pois não dá para depender de direções e centrais sindicais.