Os trabalhadores do Judiciário fluminense iniciaram neste dia 29 de junho uma greve contra o retorno precipitado ao trabalho presencial, determinado pelo Tribunal de Justiça.
Ignorando todas as recomendações das autoridades sanitárias, o Ato Normativo Conjunto nº 25 prevê que 25% dos Serventuários da Justiça retornem aos fóruns quando as taxas de contaminação ainda são altas e há uma maior circulação de pessoas nas ruas, bem como no transporte público que passa a ser o principal vetor de contaminação, pois anda lotado no Rio de Janeiro.
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro tem anunciado, na sua página oficial da internet, recordes de produtividade com o Teletrabalho que é exercido pelos servidores de casa. Isso sem se preocupar que muitos desses servidores tiveram que adquirir um computador às pressas e, alguns ainda, precisam dividi-lo com seus filhos/as e companheiros/as para que todos possam executar suas tarefas de casa.
O Centro Socialista dos Trabalhadores do Judiciário (CESTRAJU), do qual companheiros da organização Emancipação Socialista fazem parte, propôs a paralisação de todos as atividades tanto do trabalho presencial quanto do trabalho remoto como única forma de verdadeiramente unificar a categoria contra esse retorno precipitado. Infelizmente, a direção do sindicato propôs apenas a paralisação do trabalho presencial dividindo a categoria e mantendo o trabalho remoto funcionando. Justamente naquilo que o TJ se apoia para ostentar toda a sua produtividade.
Os servidores e servidoras do TJ fluminense estão apavorados com essa insensata medida que compromete suas vidas, de seus colegas de trabalho e de seus familiares. Ainda, os magistrados e funcionários de gabinetes foram poupados de um retorno agora, o que demonstra que é a peãozada que vai se arriscar tendo que sair de suas casas, no transporte público e nas ruas.
Era perfeitamente possível manter o Teletrabalho e as atividades de urgência dos Processos físicos que são executadas pelos servidores que se encontram de sobreaviso, já se arriscando nessa pandemia. O desprezo pela vida dos milhares de Serventuários e Serventuárias, infelizmente, foi o que prevaleceu.
A Emancipação Socialista apoia a greve dos trabalhadores e trabalhadoras do Judiciário fluminense e chama todas as demais organizações, sindicatos, partidos de esquerda e movimentos sociais a apoiarem esse movimento e todos os outros em que a classe trabalhadora esteja protegendo sua vida contra o capital e seus agentes que querem jogar nas nossas costas todos os riscos dessa pandemia.