Assistimos a mais uma tragédia da ocupação israelense na Palestina (veja a cronologia da ocupação israelense na Palestina em nosso site).
Há muito tempo milhões de palestinos têm sido expulsos de seus territórios. Várias partes foram ocupadas militarmente, terras foram confiscadas, poços de água e plantações de oliveira (usada para produção de azeite) foram destruídos. A existência do Estado de Israel tem sido com a destruição da Palestina.
A perseguição nazista e os milhões de judeus mortos na Segunda Guerra possibilitaram a surgimento do sionismo, setor mais reacionário do judaísmo, que prega a necessidade de os judeus terem um lar, justamente onde os palestinos moram há milênios.
Israel tornou-se um Estado reacionário com forte apoio de potências imperialistas que financiam um amplo sistema de segurança e a mortal máquina de guerra, fundamentais para garantir sua sobrevivência. Essa é a lógica que tem permanecido nesses 75 anos.
É a 18ª Força Armada mais poderosa do mundo (dados Global Firepower em 2022) apesar de suas reduzidas dimensões territoriais. Em 2022 destinou às despesas militares 4,5% de seu PIB, aproximadamente U$ 23,4 bilhões.
Esse poderio bélico foi construído como forma de se impor, combinando recursos financeiros internos com contribuições dos países imperialistas como Estados Unidos. Esse apoio se dá com o objetivo de colocar Israel como “representante do imperialismo na região”.
Apesar dos conflitos constantes, é o representante colonialista e imperialista que mantém sob o chicote do capital os povos do antigo e do atual território palestino. E mobiliza todas as suas capacidades e recursos militares para garantir a sua soberania ultrarreacionária.
A resistência do povo Palestino
A criação do Estado de Israel e de todo tipo de violência praticada contra a população palestina impulsionou a criação de um amplo movimento de resistência de setores seculares (sem conotação religiosa) ao fundamentalismo islâmico. A mais antiga e mais importante é a OLP (Movimento de Libertação Nacional da Palestina), liderada pelo FATAH, mas também é a mais conciliadora até mesmo com o reconhecimento do Estado de Israel, o quê desagradou a maioria dos palestinos.
É no espaço deixado pela conciliação do FATAH que o Hamas cresceu e se tornou governo em Gaza. Hoje é a principal organização militar de resistência à ocupação, pois a maioria da OLP aposta em ‘acordos de paz’ que historicamente foram infrutíferos.
De tradição islâmica, inicialmente estimulado pelos Estados Unidos e por Israel, ainda hoje o Hamas guarda distância importante dos valores da esquerda socialista mas o reconhecemos como a mais forte representação da luta palestina pela desocupação dos territórios e pelo fim do Estado de Israel.
Nos últimos meses, o governo israelense tomou várias medidas provocativas com a proibição de entrada de palestinos na cidade de Jerusalém (sagrada para os muçulmanos), de passar pela fronteira para trabalhar, com a prisão de 4.499 palestinos porquê Israel insistia em manter a “segurança” (dados do B’Tselem, grupo israelense de Direitos Humanos), com a aceleração e expansão dos assentamentos israelenses em terras palestinas ocupadas nos últimos anos. Esses fatos foram gatilhos decisivos para a impressionante ação do Hamas em 7 de outubro.
A política de Israel é ocupar toda a região e precisa tirar todo povo palestino. Os ataques sistemáticos do governo israelense, prisões e os assassinatos do povo palestino são parte do plano de extermínio. Por isso, estamos denunciando a “limpeza” étnica promovida pelo governo sionista.
O papel da mídia burguesa
A cobertura da grande mídia, com forte influência judaica, é totalmente unilateral. São várias distorções e falsificações históricas pró-Israel, inclusive com o apoio descarado aos bombardeios israelenses e pela desumanização dos palestinos. Rotulam o Hamas como ‘terrorista’, desconsideram as reivindicações históricas e os milhares de mortos palestinos e ignoram o papel de Israel.
Necessitamos romper esse cerco midiático reacionário. A extrema-direita mundial (no Brasil com o bolsonarismo) também defende Israel, fortalece a grande mídia, transforma os grupos de WhatsApp em desinformação e Fake News, assim forma uma extensa rede de apoio ao Estado de Israel baseada na mentira.
Temos um lado: o povo oprimido
O método de extermínio utilizado pelo Estado de Israel e o método do Hamas não são os nossos. Também lamentamos as mortes de civis palestinos e israelenses, mas não invertemos as coisas. Os governos de Israel fortacem o Estado e invadem, os palestinos se defendem e têm o direito de lutar para recuperar seu território.
A legitimidade da luta palestina é inexorável e incondicional, é a defesa da existência desse povo. Consideramos que essa luta e a dissolução do Estado de Israel passa pela unidade da classe trabalhadora palestina e israelense com uma saída classista e sem perder a estratégia socialista.
O restabelecimento do Estado palestino, laico e democrático significa que os trabalhadores israelenses poderão conviver pacificamente com os trabalhadores árabes. Para isso defendemos:
- O fim do Estado assassino de Israel! Fora Israel da Palestina!
- Fim dos bombardeios nas áreas ocupadas!
- Fim das colônias judaicas nos territórios palestinos!
- Liberdade aos presos políticos palestinos!
- Por um estado multiétnico que reúna o povo palestino e israelense!
- Boicote aos produtos e empresas israelenses!
- Que o governo Lula rompa com o governo israelense!