Nos últimos dias milhões de pessoas saíram às ruas contra os ataques de Israel contra o povo palestino em Gaza. Chama a atenção o silêncio da maior parte da mídia sobre essas manifestações, acobertando as ações criminosas do governo sionista de Israel.
Conforme as pessoas vão se inteirando do assunto, conhecendo a história da ocupação israelense e o martírio do povo palestino, vai aumentando o sentimento de repúdio a Israel (e aos governos que o apoiam) e, por outro lado, também cresce a solidariedade aos palestinos e à sua luta pela libertação nacional.
São atos e passeatas em todos os continentes e alguns (os maiores com essa pauta) de apoio à Palestina livre.
Nos Estados Unidos, em Washington, no coração do Imperialismo, mais de 300.000 pessoas ocuparam a Freedom Plaza, na maior manifestação de solidariedade à Palestina da história dos EUA. Depois seguiram até a Casa Branca, exigindo que os Estados Unidos parem de financiar Israel e o fim do bloqueio a Gaza com cessar-fogo imediato.
Biden, por seu apoio deliberado aos ataques israelenses, foi o alvo principal do protesto com os manifestantes cantando a palavra de ordem: Biden, você apoia o genocídio e nós o consideramos culpado de genocídio.”
Também ocorreram protestos em Nova York, Chicago, Los Angeles e dezenas de outras cidades dos Estados Unidos.
No Canadá, mais de 40.000 pessoas marcharam em Toronto no sábado e em 25 outras cidades do país.
Na capital da Indonésia, Jacarta, foram mais de dois milhões de manifestantes no maior protesto das últimas décadas no país, com apoio do governo e de autoridades religiosas, inclusive um dos oradores foi o ministro das Relações Exteriores.
Na Turquia, a manifestação foi em frente à Base Aérea de Incirlik, no sudeste da Turquia. Neste país o apoio aos palestinos é muito grande e tem forçado o governo Erdogan a aumentar o tom contra a posição dos Estados Unidos em favor de Israel. Erdogan já tinha se juntado a outra manifestação que tinha reunido 1,5 milhão de pessoas.
O discurso foi duro contra Israel, chamando-o de “ocupante” e que estava agindo como um “criminoso de guerra”, sem, no entanto, adotar ação concreta, como a ruptura de contratos com o Estado sionista.
Malásia: Dezenas de milhares de pessoas participaram de protestos, inclusive em um estádio de futebol. Na Austrália, em Melbourne, 30.000 pessoas e, em Sydney, outros mais de 15.000, denunciaram nas ruas as atrocidades de israel.
No Japão, nesse domingo (dia 04 de novembro), milhares de pessoas também saíram às ruas em favor dos palestinos e denunciando os crimes de guerra de Israel: Uma das pautas era a exigência de os governos aagiremem prol de parar o genocídio que está sendo cometido em Gaza.
Na Europa as manifestações foram gigantescas e são significativas, pois vários governos proibiram atos de apoio aos palestinos. Na França ocorreram protestos em Paris com mais de 60.000 pessoas e milhares se reuniram em outras 30 cidades, como Toulouse e Estrasburgo, apoiando a Palestina. Na Alemanha, onde a repressão foi muito grande, cerca de 20.000 pessoas marcharam em Berlim e 30.000 em Düsseldorf.
Outros milhares de pessoas se reuniram em Milão, Bucareste, Oslo, Copenhague, entre outras cidades, solidarizando-se com a luta palestina e condenando a agressão de Israel.
Ações operárias podem ser decisivas…
Essa guerra está provocando a retomada da tradição da solidariedade internacional entre os trabalhadores. Além dos atos e manifestações que são muito importantes, estão ocorrendo iniciativas de tentativa de bloqueio de transportes de armas para Israel.
Sindicatos belgas de trabalhadores do setor de transportes orientaram seus membros para se recusarem a manusear equipamentos militares que seriam enviados a Israel. A declaração de sete sindicatos dizia: “Enquanto o genocídio está em andamento na Palestina, os trabalhadores em vários aeroportos da Bélgica estão vendo carregamentos de armas em direção à zona de guerra”.
E acrescentou: “Pedimos um cessar-fogo imediato e solicitamos ao governo belga que seja coerente e não tolere o trânsito de carregamentos de armas pelos aeroportos belgas. Como sindicatos, declaramos nossa solidariedade àqueles que fazem campanha pela paz.”
Em Oakland, na Califórnia, manifestantes conseguiram impedir por horas que o cargueiro Cape Orlando, um navio de suprimentos militares com destino a Israel, saísse do porto. Nessa segunda-feira, dia 06/11, foi a vez de uma ação de trabalhadores no Porto de Tacoma, em Washington, para bloquear um navio que seria carregado com armas e equipamentos militares com para Israel. Alguns cartazes diziam “Sem ajuda para Israel” e “Do rio ao mar, a Palestina será livre”.
Brasil, vai crescendo o repúdio a Israel
Nos primeiros ataques de Israel contra Gaza a ação da mídia foi muito forte e isso colocou a maioria da população a favor de Israel. Mas, esse quadro está mudando. Com vários debates, atos, passeata e panfletagens explicando para a população o que está em jogo, estamos conseguindo convencer muita gente da justeza da luta palestina e da importância de combater a ações de Israel.
No sábado, como parte da jornada internacional de apoio e solidariedade ao povo palestino, aconteceram atos em várias cidades do país. Porto Alegre, Curitiba, Natal, Recife, Belo Horizonte, e a mais importante, em São Paulo. Rio de Janeiro, por conta da final da Libertadores ficou para dia 9/11 uma passeata da Cinelândia até o Consulado dos Estados Unidos.
Em São Paulo foram aproximadamente 12 mil pessoas marchando do Masp até a Praça Roosevelt com participação de vários setores do movimento social e uma importante participação da comunidade árabe.
Continuar com a solidariedade e exigir de Lula que rompa as relações com Israel
A guerra vai ser longa e o povo palestino vai precisar cada vez mais de apoio e solidariedade. A tática militar de Israel, além da invasão a Gaza, é impedir a entrada de comida, remédios e até água em Gaza, já que ele ocupou e controla a maioria das fontes de água da região.
O governo Netanyahu e vários de seus ministros já declaram abertamente que querem acabar com o povo palestino de Gaza e isso evidentemente inclui crianças que são metade das vítimas. Serão dezenas de milhares de mortes. Por isso o mundo está chamando a ação israelense de genocídio.
Enquanto isso, o governo Lula silencia e se recusa a condenar mais veemente Israel por esses crimes. É um governo tão covarde que não age, mesmo Israel proibindo brasileiros que estão em Gaza de saírem pela fronteira com o Egito.
É fundamental que as próximas mobilizações denunciem a omissão de Lula e exijam o rompimento das relações diplomáticas e econômicas com Israel, inclusive proibindo empresas brasileiras de realizarem negócios com os israelenses.
A pressão mundial vai ser decisiva para deter Israel.