As fortes chuvas, a inundação, os desabamentos e deslizamentos. A tragédia que já tirou a vida de mais de 65 pessoas no litoral norte paulista e deixou mais de 4 mil desabrigadas, não parece estar no fim.
Vimos recentemente inúmeras mortes em fortes chuvas, enchentes, desabamentos e deslizamentos em Pernambuco, Rio de Janeiro, Minas Gerais e agora São Paulo. Fica cada vez mais evidente que é uma rotina que os governos, os capitalistas e os especuladores imobiliários estão dispostos a bancar todos os anos.
Botar culpa na natureza é jogar o problema para debaixo do tapete. As manifestações da natureza são consequências da produção capitalista que é cada vez mais destrutiva.
Fazem isso em nome da ganância e dos lucros, priorizando a conservação de áreas dos ricos e empurrando os trabalhadores e povo pobre para morar em áreas de risco, sem saneamento básico e com moradias precárias que colocam em risco a vida de famílias inteiras.
Aproximadamente 4 milhões de pessoas vivem em área de risco no Brasil. É lamentável, mas novas tragédias virão.
Também não podemos esquecer a demagogia dos governos, que não garantem as medidas elementares de prevenção de tragédias anunciadas como essa, nem contra a fome, a pobreza e a falta de moradias, demagogia sustentada pela grande mídia.
Muito além de um desastre anunciado, o que vemos é um desastre que poderia não ter as consequências trágicas que teve, se a vida não fosse comparável à mera mercadoria.
É necessário que os governos (municipal, estadual e federal) garantam moradias adequadas e seguras para todas as pessoas que precisam, garantindo a preservação da natureza, mas que sejam em lugares com acesso de transporte coletivo, saneamento básico, serviços públicos e todo o mais necessário.