Como pensar o atual governo Lula diante de tantas contradições, sem construir e fortalecer as lutas da classe trabalhadora para obter conquistas, derrubar as atuais direções sindicais e aniquilar a direita, ambas há tantos anos no poder?
Há anos temos afirmado que a extrema-direita tem se fortalecido mundo afora e, obviamente, no Brasil. O crescimento do bolsonarismo e a manutenção de seus governos estaduais, deputados, etc. indicam parte das consequências disso.
No entanto, a cada governo do PT o que vimos foram acordos, negociatas e parcerias com os piores setores da burguesia e partidos de direita, como o Partido Liberal.
Por outro lado, tivemos o distanciamento desse partido das lutas da classe trabalhadora, suas direções sindicais que impedem o enfrentamento com a patronal, enfraquecem o engajamento com o aceite às diversas retiradas de direitos, deixam de denunciar o geral aumento da jornada de trabalho e de redução de salário que servem ao desemprego, à piora dos serviços públicos e ao aumento da miséria.
Essa situação temos vivido como Professores da rede pública estadual em São Paulo e o sindicato. A APEOESP, dirigida pelo PT há quase 30 anos, tem a presidente Bebel fora da sala de aula há mais de 20 anos e com segundo mandato como deputada estadual.
Como presidente do sindicato utiliza-se de métodos antidemocráticos, eleições fraudulentas e insistentemente trava assembleias e reuniões. Enquanto isso, nós Professores sofremos com o cotidiano violento nas escolas, com a falta de condições de trabalho (alimentação, transporte, assédio, etc.), salário-base de 02 salários-mínimos, jornada de até 15h por dia dentro da escola, perda de direitos (como de falta médica, atraso, etc.) e com Contratos precarizados para grande parte da categoria.
Como deputada estadual atua favorecendo a direita/extrema-direita do Partido Republicanos, com aprovação do aumento salarial do governador bolsonarista Tarcísio de Freitas e com a aprovação de André do Prado do Partido Liberal (de Bolsonaro) para a presidência da Assembleia Legislativa.
Esse papel e esvaziamento que, há alguns anos, têm sido imposto à maioria dos sindicatos não são para unificar as lutas contra o desemprego, pela redução da jornada de trabalho, por salário digno (R$ 6.647 Dieese), moradia, escola e Saúde públicas de qualidade.
Para derrotar o fortalecimento da extrema-direita e não calar a classe trabalhadora e a juventude, é urgente a retomada das ruas com o fortalecimento dos sindicatos, movimentos sociais, estudantis, organizações de luta anticapitalistas e independentes de governos!