A última quebra bancária de grandes proporções nos Estados Unidos tinha sido em 2008, quando ocorreu a crise desencadeada pela falência do Lehman Brothers com o sistema bancário e financeiro duramente atingido, entre outras coisas, pela chamada “crise hipotecária”.
No início de março desse ano, foi a vez dos bancos Silicon Valley Bank e Signature Bank, causando certo temor de essa quebra ser apenas a “ponta do iceberg” e que pode haver outros bancos e instituições financeiras na mesma situação.
Tentando conter a crise, o presidente Joe Biden afirmou que os depósitos existentes serão garantidos. Ao mesmo tempo, ele falou sobre a regulamentação do setor. Mais uma vez, como aconteceu após a crise do Lehman Brothers, o Estado capitalista parece vir em auxílio ao grande capital financeiro, salvando seus negócios.
Na crise de 2008, houve uma forte intervenção dos países do G20 estimada em 1,1 trilhão de dólares (mais ou menos 5 trilhões de reais) para salvar bancos e empresas, ou seja, o Estado capitalista repassando dinheiro público para empresas. Diziam que era para evitar uma grande falência do sistema financeiro.
Se isso evitou falências e garantiu os lucros de bancos e empresas, ao mesmo tempo, implicou um enorme ônus para as finanças públicas e, logicamente, para a vida da classe trabalhadora nesses países, pois significa menos serviço público e menos direito.
Nos anos seguintes, tornou-se cada vez mais evidente a deterioração do padrão de vida da classe trabalhadora e dos setores populares dos Estados Unidos. Assim, enquanto os grandes bancos eram salvos pelo Estado, a população trabalhadora viu suas condições de vida piorarem.
Fica mais uma vez evidente a profunda irracionalidade do sistema capitalista, onde os negócios do grande capital acabam jogando milhões em situação cada vez mais crítica.
Aquela ideia do liberalismo de que o Estado não pode intervir na economia, mas apenas fiscalizar e regular cai por terra quando se trata de bancos e empresas.