Esse ano o Governo Bolsonaro/Guedes colocou à venda mais da metade do parque de refino Petrobrás. Estão à venda, junto com ligações por terminais e tubulações, as Refinarias: RNEST (Pernambuco), RLAM (Bahia), REGAP (Minas Gerais), REPAR (Paraná), REFAP (Rio Grande do Sul), REMAN (Amazonas), LUBNOR (Ceará) e SIX (Paraná).
Os preços dos combustíveis
O preço dos combustíveis tem sido um dos principais debates nos últimos anos. De um lado os que defendem que a Petrobrás deve focar o bem estar social e vender os combustíveis a um preço que atenda às necessidades da população. De outro a visão que defende que a Petrobrás deve maximizar lucros de acionistas e os preços devem seguir oscilações do mercado internacional.
O ápice da política de preços internacionais se deu na administração Temer/Parente (2016-2018), em que o peso da balança era para maximizar os lucros de acionistas. Os combustíveis foram vendidos seguindo os internacionais. O resultado foi a elevação do preço e o aumento da importação de derivados, o que culminou na Greve dos Caminhoneiros seguida da Greve dos Petroleiros (2018).
Ao mesmo tempo, grandes grupos econômicas faziam pressão no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE). Alegavam que a Petrobrás, através de um suposto monopólio, praticava preços abaixo do mercado a fim de impedir que concorrentes construíssem suas refinarias e entrassem na disputa. Para a população, dado a influência na mídia, o que se conseguiu foi a façanha de informar que o suposto monopólio da Petrobrás gerava aumento dos preços.
O Presidente da Petrobrás, Pedro Parente, perdeu o cargo, devido principalmente à Greve dos Caminhoneiros. Mas, a política de maximizar lucros de acionistas não foi eliminada. Para sair da contradição de ser controlada pelo Governo e prejudicar a população, a solução tomada pelos poderosos foi vender, privatizar, entregar metade das fábricas de combustíveis do país para grandes grupos internacionais. Desta forma, o governo perderá muita na afluência dos preços da gasolina, gás de cozinha, diesel, etc.
Imperialismo quer determinar novo papel no comércio mundial
Além do preço, o controle do refino de hidrocarbonetos é item essencial à soberania nacional. Alimentos, vestuário, remédios, armas, plásticos, asfalto, fertilizantes são alguns dos itens produzidos que utilizam diversos derivados de petróleo. Ao entregar estas indústrias para grandes grupos internacionais, retornaremos a uma condição de dependência direta do poder de grandes potências estrangeiras na produção desses itens.
No momento o discurso é de que a Petrobrás deva focar no mais rentável em curto prazo, naquilo que tem “vocação”, em exportar petróleo. Esse discurso já é uma forma de manter o país na sua condição de dependente das metrópoles, de exportador de commodities e importador de derivados refinados.
Esse cenário é ainda pior, pois o que estão fazendo é a privatização da Petrobrás. Não é “qualquer ativo”, muito além da entrega de metade do refino aos estrangeiros está se deixando de atuar em diversas cidades, está saindo do setor Petroquímico, das Fafen´s, do Biodiesel, das Termoelétricas, vendendo gasodutos estratégicos, vendendo prédios administrativos, vendendo áreas de exploração de petróleo, desmobilizando diversas plataformas, vendendo a BR Distribuidora, inviabilizando a Petros (Fundo de previdência dos petroleiros atrelado a Petrobrás). É trágico!
Hora de os Petroleiros escreverem a história
Os petroleiros são uma das principais categorias profissionais do país. Produzem o gás de cozinha, a gasolina, o óleo diesel, etc. Seu trabalho gera lucros astronômicos para acionistas internacionais e nacionais, que vendem caro esses produtos, extorquindo os brasileiros.
É hora de aprender com o passado, usar as organizações que a categoria construiu até aqui – não é hora de discutir se deviam ser melhores – e preparar um Contra-Ataque semelhante ao que os Caminhoneiros fizeram no ano passado. Uma luta que de fato cause impacto no bolso dos senhores do mundo. Que defenda redução de preços do gás de cozinha, da gasolina, do diesel! Que seja contra a Privatização! Contra a Venda de Ativos e subsidiárias!
Agora no segundo semestre esta é a nossa tarefa, a tarefa dos Petroleiros, defender uma bandeira que deveria ser de todo brasileiro!
Refinarias: uma mina de ouro
Os campos de petróleo estão entre os recursos mais cobiçados no
mundo. Guerras e invasões são feitas por grandes potências em busca
de algo que estamos “vendendo”.
As refinarias são as fábricas que transformam o petróleo em gasolina, gás de cozinha, óleo diesel, gás combustível, querosene, coque, além de outros derivados que servem de matéria prima para a indústria petroquímica produzir plásticos, materiais para construção civil, calçados, tecidos, móveis, peças para automóveis, fibras, borracha
sintética, material empregado em eletroeletrônicos, fertilizantes, defensivos agrícolas, armas, etc.
A BR Distribuidora é considerada o filé mignon, um dos maiores
faturamentos do país. Além de sua importância estratégica: fecha a
batalhada meta do “poço ao posto”. A distribuição de combustíveis é
essencial para uma aplicação de política de preços ao consumidor.
Se o país não controla a distribuição e os preços ao consumidor seguem
regras de mercado, por mais que se baixe o preço do combustível nas
refinarias, o preço ao consumidor se manterá com foco em lucros exorbitantes pelo caminho.