Entrevistamos o companheiro Chan Kin Con, militante do CSR, (Coletivo Socialista e Revolucionário) sobre a militância na educação no Paraná e pela construção do Movimento por uma Frente Socialista Revolucionária.
Blog do CSR : https://professorchan.wordpress.com/
Consciência de Classe – Para início de conversa, pode desenvolver uma breve trajetória da sua militância e das origens do Coletivo Socialista Revolucionário (CSR)?
Chan / CSR – Olá camaradas da Emancipação Socialista. É com muita satisfação que respondemos aos camaradas que constrõem junto conosco o Movimento pela Frente Socialista Revolucionária. Temos uma militância no final dos anos 80 e início de 90 quando conheci o nosso camarada Sypriano, que já era professor e trabalhavam na educação estadual básica do Paraná. Eu militava nesta época no movimento estudantil secundarista de Curitiba. Militei, com separações e retornos, no PSTU de 1993 a 2017. Aderi ao PSOL em 2019. E Sypriano acredito que militou desde a fundação do PSOL. Fomos nos reencontrar em uma militância comum até o Congresso Nacional do PSOL que decidiu pela Federação com o partido burguês REDE e o apoio à candidatura de Lula e Alckmin no primeiro e segundo turno das eleições de 2022. Decidimos sair do PSOL porque as suas direções políticas abriram mão da independência de classe fazendo a aliança com a REDE e apoiando a chapa de conciliação de classes de Lula e Alckmin que viriam a ser o atual governo.
Consciência de Classe – Como se dá atualmente a militância marxista revolucionária no Paraná, um estado marcado pelo avanço, mesmo que conjuntural, das posições bolsonaristas?
Chan / CSR – Somos um pequeno grupo fundacional de militantes socialistas revolucionários que reivindicam o marxismo revolucionário e simpatizantes que temos unidade de ação sindical na educação básica do Paraná. Enfrentamos aqui no Paraná, a política de conciliação de classes da esquerda liberal, que inclusive, protege Ratinho Jr. (PSD), pois em troca, ele dá apoio à governabilidade de Lula e Alckmin. Então, enfrentamos no Paraná setores organizados da extrema direita bolsonarista, ratista e morista ( Bolsonaro, Ratinho Jr. e Sérgio Moro) e a esquerda da conciliação de classes, inclusive, com setores da extrema direita para a governabilidade e a defesa da democracia burguesa. A direção da APP sindicato, sindicato da educação do Paraná, desenvolve uma política de conciliação e proteção do governador Ratinho Jr. que leva a perda de direitos históricos na educação pública. Procuramos o máximo possível, combinar a nossa militância marxista revolucionária com as lutas dos setores mais explorados e precarizados na educação pública do Paraná.
Consciência de Classe – Quais as expectativas do CSR ante o projeto da Frente Socialista Revolucionária? Quais as possibilidades reais de sucesso e engajamento nas lutas do nosso movimento?
Chan / CSR – Para nós, um pequeno núcleo fundacional, de militantes socialistas revolucionários e simpatizantes combativos na luta da educação, fazer parte da construção do Movimento pela Frente Socialista Revolucionária é uma tarefa estratégica que poderá fazer com que possamos fortalecer as nossas lutas e reivindicações mais básicas e elementares contra o capitalismo e a democracia burguesa. Sabemos que é necessária uma direção socialista revolucionária de massas no Brasil e internacionalmente e, para isso, precisamos convencer diversos grupos e organizações socialistas e revolucionárias que o caminho para o diálogo e convencimento para a revolução socialista passa pelo acesso a milhares e milhões de pessoas da classe trabalhadora e juventude, e isso não acontecerá de forma linear a partir de uma ou outra organização, mas a partir da somatória de esforços comuns em torno de um programa socialista mínimo que possa nos garantir uma unidade de ação socialista. Não há no Brasil, uma organização ou partido socialista e revolucionário que possa dizer que é o único partido revolucionário do Brasil. E quem se autodenomina desta forma provavelmente está distante de sê-lo na realidade da luta de classes. Temos que continuar a batalha contra o sectarismo e contra oportunismo da esquerda liberal e organizações reformistas de esquerda. Precisamos manter nosso horizonte dentro destas tarefas estratégicas. Acreditamos que o Movimento pela Frente Socialista Revolucionária é uma saída urgente e histórica para a classe trabalhadora neste momento, principalmente porque a ampla maioria das organizações, partidos de esquerda e centrais sindicais apoiam o governo de conciliação de classes de Lula e Alckmin, que não tem capacidade e condições alguma de combater a ativa presença do neofascismo nos governos e nas ruas… Fazemos então o chamado a todos e todas: Venha construir com a gente o Movimento pela Frente Socialista Revolucionária!!!