A ONU está sob controle do imperialismo
Não é de hoje que a ONU (Organização das Nações Unidas) perdeu toda a credibilidade e já nasceu como marionete das principais potências imperialistas. No caso dos ataques de Israel contra a faixa de Gaza isso fica ainda mais evidente.
Criado após a II Guerra Mundial, a sua principal função era mediar os conflitos entre os “blocos soviético e estadunidense” e também entre países imperialistas. Suas decisões, em tese, passam a integrar o direito internacional e os países deveriam seguir suas deliberações, mas, há muito tempo, as coisas não funcionam assim. Por exemplo, a maioria dos países na ONU foi contra e mesmo assim Estados Unidos e Inglaterra seguiram com seus planos e invadiram o Iraque. Também há várias resoluções de órgãos da ONU (Direitos humanos, crianças e adolescentes, etc.) condenando Israel por sua política em relação aos palestinos e aos territórios ocupados e, todas, sem nenhum efeito prático. Ou seja, só seguem decisões que interessam.
O órgão mais importante é o Conselho de Segurança (com 15 membros, sendo 5 permanentes e 10 eleitos pela Assembleia Geral a cada 2 anos) e suas decisões são obrigatórias para todos os países, mas tem um detalhe: os países membros permanentes (Estados Unidos, Inglaterra, China, Rússia e França) têm poder de veto, de modo que, mesmo que uma resolução tenha 14 votos, um desses países pode impedir que ela seja aprovada.
Estados Unidos protegendo Israel
Israel tem passado por cima de várias normas do direito internacional, como a proibição de jogar bombas em hospitais e escolas, o direito dos feridos serem tratados e a obrigação de proteger a população civil. Até mesmo a ONU reconhece que Israel comete vários crimes de guerra.
Israel atua dessa forma primeiro pela falta de legitimidade e credibilidade da ONU e depois porque os Estados Unidos têm protegido os interesses israelenses. A tentativa de alguns países, como o Brasil, de negociar alguns termos de cessar-fogo esbarra no veto dos Estados Unidos que só vota a favor de resoluções que não condenam Israel.
No dia 7 de dezembro vetou uma resolução do Conselho de Segurança que pedia um “cessar-fogo humanitário imediato em Gaza”. A Inglaterra, outra defensora de Israel, se absteve. Mesmo a moção de cessar-fogo obtendo 13 votos, com o veto dos Estados Unido, ela foi rejeitada. Não foi por acaso que, logo após a resolução ser rejeitada Israel aumentou os bombardeios sobre Gaza.
No discurso no Conselho de Segurança, o embaixador estadunidense, Robert Woods, além de descrever os israelenses como “nosso povo”, repetiu que Israel tem o direito de se defender. Já representante da Inglaterra, David Cameron, disse que não apoiaria um cessar-fogo porque se não “parar agora com o Hamas no comando de parte de Gaza, nunca haverá uma solução de dois Estados”. Lembrando que essa solução nunca esteva na mesa nem mesmo com o acordo de Oslo no qual foi prometido aos palestinos a criação de seu Estado e, no entanto, essa promessa nunca saiu do papel.
O veto a moção do Conselho de Segurança significa que Estados Unidos e a Inglaterra (que se absteve) apoiam integralmente o genocídio praticado por Israel, demonstrando que a intenção de Israel e do imperialismo não é só a derrota militar do Hamas, mas matar o máximo de palestinos e forçar os que sobreviverem a abandonarem a cidade, inclusive o governo israelense já confirmou que trabalham com a hipóteses de deslocar parte da população para o Monte Sinai, território egípcio também ocupado por Israel.
Nem ajuda humanitária chega
Com os bombardeios diários é impossível a ajuda humanitária entrar em Gaza. E quando consegue não chega às pessoas porque a infraestrutura da cidade foi praticamente destruída.
O cessar-fogo é a única possibilidade garantir a chegada de alimentos, água e remédio na cidade e quando vetam o recado é que os crimes de guerra, contra a humanidade e o genocídio vão continuar.
Essa proibição da ajuda aos moradores de Gaza é a melhor demonstração do genocídio do povo palestino patrocinado por Israel, uma política que aumenta e muito o número de mortos e o sofrimento dos feridos.
A ONU não é a saída
Não esperamos nada da ONU, inclusive porque a criação de Israel e a expulsão dos palestinos de suas terras contou com o apoio da ONU. Uma eventual aprovação de alguma resolução contra Israel só vai ser importante para mostrar que o imperialismo abandonou seu cão de guarda. Mas isso, por si só, não acaba com os bombardeios.
A ONU é um local de acordos, encobrimentos, suborno e intimidação por imperialistas de todos os tipos. No final das contas, é os Estados Unidos que ainda dá as ordens. A luta pela liberdade ocorre nas ruas, não nos corredores diplomáticos.
- Pelo fim do Estado de Israel!
- Pelo fim dos bombardeios e livre circulação do socorro médico e toda ajuda humanitária ao povo de Gaza!