O ato de domingo (25/02) demonstrou uma reação do bolsonarismo e da extrema-direita que acumulavam retrocessos desde a derrota de 2022 na eleição presidencial. Não é desprezível o ato com 200 mil presentes (ou mais, talvez), sem desconsiderar que foi um único ato nacional. Por um lado, possivelmente não mudará a correlação de forças, mas, por outro lado, o alerta deve estar ligado.
Nada de novo nos discursos dos reacionários e patéticos seguidores do ex-capitão, desde o histérico e ultrarretrógrado pastor Malafaia até os políticos de última categoria como Nikolas Ferreira de MG.
Bradam em defesa de uma “suposta Família” contra aborto, drogas, etc. sem jamais revelar a questão central do projeto da extrema-direita que é ampliar a exploração dos trabalhadores e aumentar a taxa de lucros dos patrões, milionários e ricos.
O discurso defensivo de Bolsonaro não deve nos enganar. Caso possam ou tenham chance, no futuro fecharão o Regime e reduzirão a insuficiente democracia burguesa que marca nosso sistema político, o que não conseguiram até dezembro de 2022.
É uma falácia conhecida que jogarão nas “quatro linhas” do campo institucional e que vão disputar eticamente as eleições municipais e de 2026. Por outro lado, o discurso genericamente “crítico ao sistema” e ao que está ai segue sendo utilizado de forma cínica e mentirosa por esse setor. A extrema-direita sempre fez parte do status quo.
É inaceitável a ideia de anistia largamente defendida no discurso do genocida. É necessário a prisão dos golpistas de cima a baixo, sejam militares ou civis. Não deixemos seguir o exemplo da anistia do final da ditadura que perdoou torturadores e assassinos.
Nós, Emancipação Socialista, somos céticos e não acreditamos que a derrota dos golpistas e do bolsonarismo se deem apenas no marco institucional. Precisamos tomar as ruas, além do que Bolsonaro conseguiu com seu chamado. Assim, haverá movimento e pressão social para que as punições andem e que a corrente política ultrarreacionária esmoreça e seja derrotada.
Este é o caminho para derrotar solidamente Bolsonaro e bolsonaristas.
Sigamos atentos, a extrema-direita segue como uma ameaça real e existente. A conciliação de classes de Lula ou o “bom mocismo” reformista não vai derrotar esse esgoto da política, somente as ruas darão o norte desse desenrolar.