O conflito em curso entre o Estado de Israel e o Hamas vem ganhando contornos cada vez mais cruéis. Está em andamento o extermínio dos palestinos em um espetáculo transmitido pela mídia a um mundo insensível ao sacrifício de mulheres e crianças na Faixa de Gaza. Este genocídio conta com o apoio das grandes potências do Capitalismo. Em jogo está a proteção irrestrita a Israel, parceiro dos Estados Unidos nesta região tão rica em petróleo.
Em 7 de outubro de 2023, centenas de combatentes do grupo Hamas atacaram kibutz, postos militares e uma rave que acontecia próxima a Faixa de Gaza, a maior prisão a céu aberto do mundo. Desde então, Israel com ajuda dos países centrais perpetrou uma resposta desproporcional matando, com requintes de crueldade, alvos civis em hospitais e escolas. Se nada pareceria chocar a opinião pública que vê no Hamas um grupo “terrorista”, Israel conseguiu gerar pudores nos comentaristas da Globo pró-EUA ao anunciar em dezembro de 2023 que estava fazendo testes com água salgada para inundar os túneis por onde a população de Gaza poderia escapar dos bombardeios. A água salgada contamina os lençóis freáticos, condenando a região a se tornar seca.
Cortar o acesso da população de Gaza à água, bem vital, é prática recorrente por parte do Estado de Israel. O Estado sionista já concretou poços de água para matar os palestinos de sede, após pouco mais de 3 meses da ofensiva do Hamas. Alguma dúvida de que há um projeto de extermínio dos palestinos a médio prazo, mesmo ao cessar este conflito?
As ações do HAMAS são a resposta, não a causa dos conflitos
O conflito entre palestinos e sionistas é histórico. Cabe aqui um parêntese para distinguir Sionismo de Judaísmo.
Sionismo é uma doutrina política de ultradireita que prega que a Terra Prometida aos judeus é a Palestina e eles devem expulsar todos os palestinos que lá vivem. E matá-los não é proibitivo, conforme consta na Bíblia.
O Judaísmo é uma religião, mais uma das várias que são vigentes naquela região do mundo, o Oriente Médio. É a mais antiga religião monoteísta do mundo, tendo sido fundada, conforme a crença, por Abraão há cerca de 4 mil anos. O nome de Abraão sintetiza uma compilação de costumes que formam as práticas dos judeus, uma das inúmeras religiões daquele lugar. O Cristianismo surge exatamente onde hoje é a Palestina, 2 mil anos depois. A princípio foi uma seita do Judaísmo. Hoje, apenas 6% da população palestina e cristã.
A imensa maioria dos palestinos é islâmica, o que faz parecer que a raiz dos conflitos é religiosa. O Islamismo surgiu na Península Arábica, entre a Ásia e a África, no século VII. Por sua crença o anjo Gabriel teria aparecido a Maomé. O mesmo anjo figura nas três religiões dos povos semitas (segundo a Bíblia, os povos descendentes de Noé). Semita é, na verdade, um grupo linguístico que abrange vários povos com as mesmas origens culturais.
O Sionismo, e não o Judaísmo, está atacando o povo palestino. Judeus ortodoxos, inclusive, se opõem a ocupação do exército israelense por considerarem que o Messias, quando chegar, é quem conquistará a tal Terra Prometida.
No entanto, muito antes de 1948, ano da criação do Estado de Israel pela ONU, judeus já ocupavam o espaço dos árabes, através do estímulo a sua imigração para a Palestina com a proteção da Inglaterra que controlava a região. Evidentemente ninguém é santo nessa história: europeus queriam se livrar de judeus e sionistas queriam sua pátria. Os árabes também não quiseram ser mártires: em 1936 ocorreu a Revolta Árabe, uma greve gral contra o colonialismo britânico e a imigração judaica.
Hoje, a mídia burguesa quer nos convencer de que foram os árabes que começaram os conflitos, por não aceitarem a criação do Estado de Israel. E recentemente o Presidente Lula fez uma declaração até modesta, afirmando que o que ocorre hoje em Gaza é um verdadeiro genocídio perpetrado pelo Governo Sionista de Israel contra o povo Palestino. Comparando isto com o verdadeiro projeto de extermínio dos Judeus feito pelos Nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. E rapidamente vários setores desta mesma mídia, vieram e atacaram a fala daquele, com alguns chegando a dizer que Lula estaria ao lado dos “terroristas” do Hamas.
A difícil solução deste problema em razão de antigos fatos históricos
Nos últimos 75 anos, Israel transformou Gaza em um gueto e hoje já ataca a Cisjordânia, aumentando os assentamentos ilegais na região. O Hamas é um dos grupos mais representativos da Faixa de Gaza, mas tem apoio dos árabes e muçulmanos também. Hamas, Fatah, Jihad Islâmica, Comitês de Resistência Popular de Gaza e os Houthis do Yêmen, dentre outros, são fruto da reação a um opressor.
Muitos com forte elemento religioso (já que os grupos socialistas da região sofreram grandes baixas na região pelas forças ocidentais) o que eles têm em comum é a defesa de sua soberania. E a luta por sua sobrevivência.
Os desdobramentos de todos estes conflitos prometem ser os piores possíveis, agora envolvendo o Irã, notório inimigo dos Estados Unidos, assim como o Líbano, a Síria, o Paquistão, o Iraque, o Iêmem. Como se vê, o conflito se espalha, fomentado pela ganância capitalista, materializada hoje por um racismo desmedido contra palestinos e aliados.
- Que o governo Lula rompa definitivamente relações diplomáticas, comerciais e militares com Israel
- Por uma Palestina livre do rio ao mar!
- Por uma Palestina laica, assim como os demais Estados da região
- Fim do Estado Terrorista e Sionista de Israel