Não temos nenhuma ilusão nos processos eleitorais. De um lado, os ricos e milionários levam todas as vantagens e, com suas grandes empresas, bancos e agronegócio, financiam seus candidatos. A grande mídia só dá espaço para esses candidatos burgueses.
Do outro lado, os partidos e/ou organizações da esquerda socialista e contra esse sistema são os únicos que defendem os interesses da classe trabalhadora e quase não têm espaço na televisão. Não podem participar dos debates e não aceitam financiamento de ricos e milionários. Isso mostra o quanto essa sociedade e as eleições são extremamente antidemocráticos.
Então, por que esses partidos da esquerda socialista participam do processo eleitoral? As respostas são bem simples: Para combater e desmascarar esses partidos burgueses e, principalmente, a extrema-direita; para denunciar as injustiças desse sistema; para toda a classe trabalhadora perceber que esse sistema engana, mente e mata. E também perceber que só com lutas no dia a dia, com muita manifestação nas ruas e com a nossa organização podemos mudar algumas as coisas.
Não temos ilusão de que um dia vamos conseguir eleger vários candidatos e com as nossas propostas de esquerda socialista, sabemos que não funciona assim. O próprio sistema é preparado para sempre eleger a maioria que defende as ideias dos capitalistas.
Por isso, só participamos ou apoiamos candidaturas da classe trabalhadora que lutam contra os exploradores, contra os partidos burgueses e contra a extrema-direita!
Extrema-direita não é derrotada em eleições
Em várias partes do mundo os partidos de extrema-direita demonstram alguma força eleitoral. Nos Estados Unidos, na França, na Argentina, no Equador e também no Brasil. São partidos que defendem políticas absurdas como tirar nossos direitos, proibir manifestações, reduzir os espaços democráticos, incentivar guerras, expulsar imigrantes, retirar verbas dos serviços públicos como Educação e Saúde e, como em São Paulo, punir quem socorre ou distribui comida para parte da imensa quantidade de pessoas situação de rua.
Pelo país afora vários candidatos (prefeitos e vereadores) aliados da direita e da extrema-direita já são dos partidos que retiram ou desviam verbas dos nossos direitos básicos (água, esgoto, creche, luz, moradia, etc.). Vários são os que destroem o meio ambiente, desmatam, roubam terras e são grandes latifundiários. Outros, como grandes empresários e banqueiros (que dão dinheiro para esses partidos e candidatos) querem insistir na pobreza, no desemprego, na falta de escolas, no aumento das favelas, na disputa entre gangues e violência nas periferias, apoiam a corrupção, as milícias e ganham muito também com o tráfico de drogas.
Precisamos derrotar e destruir a extrema-direita e a direita. Mas, essa justa necessidade não vai se realizar pelas eleições. A experiência das lutas e da história da classe trabalhadora demonstram que isso é impossível, no Brasil o bolsonarismo é um exemplo. As eleições podem ajudar a gente denunciar toda essa situação mas só isso não basta, a prova foi o 8 de janeiro de 2023 em que eles não aceitaram o resultado eleitoral e queriam voltar de qualquer forma.
A extrema-direita só vai ser derrotada pela classe trabalhadora com mobilização nas ruas e com todo o povo organizado!
Voto somente em candidaturas de esquerda socialista e anticapitalista
A organização Emancipação Socialista como filhos/filhas e parte da classe trabalhadora definimos atuar nesse processo eleitoral contra os nossos inimigos, contra os votos em partidos burgueses e que atacam os direitos ao trabalho, à alimentação, ao transporte, estudo, moradia e à vida de quem precisa trabalhar para sobreviver.
Para isso, vamos chamar voto em candidaturas do PSTU ou com sua legenda. Esse partido é anticapitalista, se mantém e defende a independência da classe trabalhadora, os nossos direitos e sem aceitar financiamento de empresários e banqueiros. As divergências existem mas está sempre nas lutas e teve o gesto democrático de conceder a legenda para organizações e grupos da esquerda socialista.
Com essa legenda, apoiaremos prioritariamente em algumas cidades as candidaturas a vereador do Movimento pela Frente Socialista Revolucionária (MFSR), no esforço de avançar na unidade de grupos e indivíduos da esquerda socialista.
Estamos nesses apoios e campanhas pela unidade da esquerda socialista e estamos construindo coletivamente um programa anticapitalista no MFSR para contribuirmos para o avanço da consciência de classe de trabalhadores/as e estudantes para a retomada das lutas, das conquistas e para a derrota de direita e da extrema-direita!
No Rio de Janeiro, o voto para vereador será em Fernando Rubano nosso companheiro e militante da organização Emancipação Socialista e no candidato a prefeito Cyro Garcia (PSTU).
Em Minas Gerais, Contagem, o voto para prefeito será em Gustavo Olímpio (PSTU).
Em São Paulo, o voto a prefeito será em Altino (PSTU) e na Bancada Anticapitalista (SOB) que compõe o MFSR). Na cidade de Taboão da Serra apoiamos Sandra para vereadora.
Em cidades do ABC paulista (um dia reduto urbano de petistas), reconhecemos o difícil momento político e o avanço da direita e da extrema-direita que são maioria nas prefeituras da região.
Nesse sentido, em toda a região do ABC, o PT, vários movimentos sociais, Sindicatos e Centrais (CUT, Força Sindical, etc.) não têm organizado as lutas e nem mobilizado a classe trabalhadora contra esses inimigos/partidos que têm crescido em todas as cidades. E onde e quando governaram contribuíram ou aplicaram derrotas ao funcionalismo e trabalhadores de conjunto, não fizeram a Reforma Urbana, mantiveram a Saúde nas mãos das Organizações Sociais, a Educação continuou precarizada (até professores foram perseguidos) e sem vagas, a Fundação Santo André (FSA) não foi federalizada (nem como um campus da Universidade Federal do ABC), etc.
Junto com isso, o governo Lula tem priorizado acordos e se aproximado cada vez mais desses setores da extrema-direita ao invés de combatê-los e em nome da governabilidade. O governo Lula nomeou ministro bolsonarista, não mandou prender nenhum “peixe graúdo” das Forças Armadas pela tentativa do golpe de 2023 (o que favorece o fortalecimento da repressão), não permite vitórias nas greves de categorias nacionais que poderiam favorecer as greves locais (estados e municípios), não garante a Reforma Agrária (que permitiria o fortalecimento da Reforma Urbana e da luta por moradia), etc.
Nas principais cidades do ABC Paulista
Em Santo André e São Bernardo do Campo, principais municípios da região em número populacional, o PSOL também vem insistindo em ações meramente parlamentares em vez de mobilização popular. No entanto, na cidade de Santo André, como não há candidatos a prefeito e a vereador do PSTU, chamaremos o voto para vereador em Marcelo Buzetto (MST) por ser um camarada comprometido com um programa anticapitalista, por sua longa trajetória nas lutas internacionalistas, nas lutas dos trabalhadores da cidade e do campo pela Reforma Agrária e Urbana, pela defesa incondicional da Saúde e Educação públicas. E por ser, na região do ABC, o principal militante e divulgador da luta do Povo Palestino contra o governo genocida e sionista de Israel. Na cidade de São Bernardo, o voto para prefeito será em Cláudio Donizete (PSTU).
Nos demais estados e cidades onde atuamos e que não há candidaturas da esquerda socialista não apoiaremos candidaturas e o voto será Nulo.
Como dissemos, não estamos entre aqueles que acreditam que a extrema-direita será derrotada via eleições. Entendemos que é urgente e necessário um maior esforço da esquerda socialista pela unidade para avançarmos na construção e organização das grandes lutas e mobilizações da classe trabalhadora para tomarmos as ruas nas cidades e no campo para impormos conquistas e derrotarmos a direita e extrema-direita!