A hipocrisia dos Estados Unidos e da União Europeia não têm tamanho. Os comunicados oficiais e “expressando preocupações” são tão vazios quanto falsos, pedem moderação, diálogo e, ao mesmo tempo, enviam bilhões de dólares e toneladas de bombas para o governo israelense.
A ONU, cada vez mais impotente, sem unidade e sem disposição para remediar grandes conflitos entre países, tem resoluções aprovadas que não são cumpridas por Israel e nada muda suas ações e ataques. A própria discussão do cessar-fogo em Gaza segue a mesma toada, discute-se e não aplica-se nada.
No mesmo dia em que um bloco de 12 países (França e apoiado pela Austrália, Grã-Bretanha, Canadá, União Europeia, Alemanha, Itália, Japão, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Qatar), na Assembleia Geral da ONU em Nova Iorque, apelava para um cessar-fogo e para “dar uma oportunidade à diplomacia” o governo de Israel bombardeava Beirute, outras cidades libanesas e assassinava mais de 700 pessoas. Nem esse apelo teve apoio dos Estados Unidos que se recusou a condenar Israel por todo esse genocídio.
Na segunda-feira (dia 30/09) Israel deu mais um passo e invadiu o Líbano por terra, alegou necessidade de atacar o Partido Hezbollah. Esse ataque também é parte do projeto de ocupação permanente da Faixa de Gaza, pois o Hezbollah dá algum apoio militar aos palestinos em Gaza.
As forças armadas israelenses foram treinadas para massacrar os povos da região. Todas as ações militares desde a ocupação da Palestina foram marcadas por massacres indiscriminados, pela destruição da infraestrutura, das plantações e da fonte de água das regiões ocupadas. Os resultados dessas invasões são milhares de mortos e outras centenas de milhares feridas, não importam se são crianças, mulheres, idosos e quantos são expulsos de suas casas.
Contra Israel e também contra o imperialismo
Muitos assuntos são tratados entre países em reuniões secretas das diplomacias e chefes militares sem que o povo nada saiba. Os planos de invasão de território, de roubo das riquezas naturais (petróleo, gás, etc.) e até de extermínio de povos são tratados nessas reuniões, em ações secretas. Entre Estados Unidos e Israel essas relações são tratadas abertamente junto com seus objetivos.
Segundo a imprensa europeia, Lloyd Austin, secretário de defesa estadunidense, confirmou que israelenses e estadunidenses tinham “concordado com a necessidade de desmantelar a infraestrutura de ataque ao longo da fronteira” com o Líbano. Também afirmou que os Estados Unidos apoiarão Israel se a invasão do Líbano se prolongar e afirmou ter “deixado claro que os Estados Unidos estão bem posicionados para defender o seu pessoal, os seus parceiros e os seus aliados face às ameaças do Irão” e das organizações terroristas apoiadas pelo Irão”. Lembramos que já são 40 mil soldados dos Estados Unidos nas proximidades da região.
Keir Starmer, chefe de governo da Inglaterra, do Partido Trabalhista (muitos tratam como de esquerda) segue a mesma toada. No discurso na Assembleia Geral da ONU pediu o cessar-fogo, mas logo em seguido se calou diante dos ataques e assassinatos de civis por Israel.
Primavera Mundial contra Israel
Israel poderá ser derrotado militarmente, mas tem sido uma tarefa difícil por ser muito superior militarmente na região. E também conta com o apoio direto e a conivência dos países imperialistas, principalmente a Inglaterra e os Estados Unidos que o consideram um posto avançado no Oriente Médio (região rica em petróleo, gás e outras riquezas naturais), o financiam e dão cobertura a esses ataques e massacres.
Essa realidade é diferente de 2006 quando as forças israelenses sofreram uma derrota humilhante dos grupos e partidos da resistência libanesa, depois de 34 dias da invasão foram obrigadas a se retirarem. O Hezbollah tinha conseguido unificar todos os libaneses em seu apoio e um forte processo de mobilização popular enfrentou o invasor.
No entanto, a atual desvantagem dos demais países poderá ser revertida com a força da mobilização dos povos árabes e em todo o mundo. Esse projeto expansionista de Israel não irá parar no Líbano. Precisamos repetir a revolta popular de 2006, as conhecidas e apoiadas manifestações da “Primavera Árabe”, quando a sequência de greves, mobilizações populares e da juventude derrubaram quase todos os governos pró-imperialistas da região.
Sabemos que os fatos históricos (como a Primavera Árabe) não se repetem de forma mecânica, mas os ensinamentos são armas poderosas e comprovam que quando as lutas tomam as ruas a realidade muda.
Outra questão é que a consolidação da invasão israelense na região poderá fortalecer outros países imperialistas na busca pela recolonização de outros países, ou seja, essa situação no Oriente Médio não é um problema somente do povo árabe, diz respeito à luta e a liberdade de todos os povos.
Construamos a “Primavera Global dos Povos”, contra o imperialismo e todas as suas formas de invasão! Pela unidade da classe trabalhadora!
Apoiamos as resistências do povo Palestino, Libanês e Iraniano
Nenhum povo do mundo pode aceitar que criem um Estado/Nação no mesmo local em que vivem há centenas de anos e também não podemos aceitar qualquer invasão de nosso território. Porque os palestinos, libaneses e iranianos deveriam aceitar a invasão de seus territórios por Israel?
Partimos do princípio de ficar ao lado do povo agredido. Esse é um critério. Nenhum país tem o direito de invadir outro e nenhum povo deve aceitar a submissão. Por isso, estamos ao lado dos bascos e catalães pela independência e autonomia perante a Espanha, ao lado dos irlandeses contra o domínio da Coroa britânica, dos povos originários contra o colonialismo, etc.
Essas são algumas razões de estarmos ao lado e apoiarmos a resistência dos palestinos, iranianos e libaneses. É um apoio independente, não do modelo político e/ou da forma de pensar dessas lideranças e governos. As ações militares iranianas são legítimas nesse contexto e têm nosso apoio político, o que não se confunde com ou qualquer simpatia ao opressivo regime dos aiatolás.
Por várias vezes expusemos o nosso posicionamento e somos contra o sionismo e Estado israelense envolvidos em vários massacres e guerras contra os povos na região. Exercem poder político, aterrorizam e se impõem pelo imenso aparato militar.
A nossa luta e campanha são contra a prática do governo sionista de Israel que mata e busca exterminar povos da região como a prática do genocídio do povo Palestino.
Por uma Palestina livre! Pela unidade da classe trabalhadora mundial!