Em 19 de julho o Brasil atingiu a trágica marca de 78 871 mortos por COVID 19 e tornou-se isoladamente o segundo país com mais óbitos na pandemia. O governo Bolsonaro, que sabotou desde o início qualquer política de combate à pandemia, tem sido o principal responsável por essa tragédia que se abate sobre o povo brasileiro
Nesse momento, pressionados pelos patrões, os governos estaduais começam a pressionar pela retomada de atividades econômicas, reabertura de Shoppings e outras setores. Não era difícil prever que essas iniciativas só poderiam nos levar a uma disseminação ainda mais descontrolada da doença. Essa “normalidade”, que governos e patrões defendem, obriga a aceitar como normal a morte em escala ainda mais desproporcional da classe trabalhadora, quem efetivamente produz e faz circular a riqueza, principalmente de seus setores mais explorados.
Tão absurda quanto a retomada econômica é a proposição de retomada das aulas presenciais. Poucos países conseguiram retomar as aulas presenciais durante a pandemia. Na França, essa volta ocorreu em 11 de maio e já no dia 18 teve que fechar 40 mil escolas após novos casos envolvendo as comunidades escolares. Na Coreia do Sul e em diversas cidades chinesas ocorreu o mesmo. Os países que estabeleceram planos de retorno de alguma forma seguiram políticas de controle da pandemia com isolamento organizado e testagens amplas.
Bolsonaro e seus governadores insistem na exclusão e nas mortes
No Brasil, Bolsonaro e setores do capital fizeram as contas para verificar o mais efetivo para manterem seus lucros: deixar grande parcela do povo morrer ou implementar políticas de combate a pandemia? Já sabemos a resposta. O Brasil tem testado pouquíssimo, apenas 8,7 mil exames por milhão de habitantes. O incentivo é de abertura do comércio para manterem seus faturamento.
Estamos totalmente às cegas! Portanto, a proposta de retorno às aulas presenciais estabelecendo ou não previsão de data, do governo federal e dos governadores nos estados, é irresponsável e até uma promessa mentirosa! É inconcebível retomar uma das atividades que mais tem potencial de proliferar a COVID 19.
Medidas urgentes contra a pandemia e seu genocídio
Somente após ter sido feito o que não foi realizado até agora poderia ser organizado o retorno às aulas juntamente com a comunidade escolar. Pontuamos algumas questões básicas necessárias para demonstrar o descaso dessa proposta:
– Testes sistemáticos para todos os profissionais da Educação e toda a comunidade escolar com garantias de atendimento e tratamento para casos afetados pela COVID 19;
– Contratação de mais professores, educadores e funcionários para respeitar e suprir a quantidade de aluno por escola, instituto ou faculdade;
– Adaptar os espaços estudantis e seus bairros às normas sanitárias antes de receber os estudantes (dedetização, limpeza, água potável, sabão, álcool gel, papel higiênico, etc.);
– Fornecimento de máscaras e demais Equipamentos de Proteção Individual (EPI);
– Reorganização das turmas com redução do número de alunos por sala e distanciamento social;
– Retorno escalonado somente a partir da redução constante do número de contaminados e mortos em cada região.
Unidade da classe trabalhadora na luta por sobrevivência e por vida!
Não podemos ter nenhuma ilusão nesses governos, preocupados em enriquecer o grande capital e especialmente seu setor rentista. Sabemos que não vão assegurar essas medidas. Já abandonaram o povo à própria sorte, pois querem implementar a imunização, como dizem por “rebanho”, através da reabertura de escolas, institutos e faculdades.
A maioria de profissionais da Educação no pais vive a angústia do trabalho remoto (sem equipamentos ou internet), de maior jornada, de redução de salário, de cobranças e assédios e da incerteza de retorno ao trabalho. Outros se deparam com o não pagamento de salários e até com o desemprego.
Mesmo com tudo isso não aceitamos discutir datas de retorno enquanto não houver um efetivo controle da pandemia. A nossa luta é por algo ainda mais essencial: o direito à vida!
- Não retorno às aulas presenciais antes do controle da pandemia com testagem geral e isolamento social efetivo!
- Não ao Ensino à Distância (EAD), seus congêneres (“aula remota”, “ensino híbrido”, etc.), a exclusão de grande parte dos estudantes e a má qualidade de aplicativos e plataformas!
- Investigação imediata de empresas de aplicativos na Educação! Fim do uso de aplicativos pagos e privados!
- Replanejamento de atividades escolares, referentes ao período de pandemia, de forma democrática com toda a comunidade escolar/acadêmica!
- Suspensão do calendário anual escolar!
- Fim do ENEM!
- Dedetização de todas as escolas, institutos, universidades e seus bairros!
- Sindicatos, Centrais e demais organizações e entidades de esquerda e de luta devem organizar urgente a luta nacional e nos estados contra o retorno! Greve Nacional da Educação contra essa imposição e política genocida (Greve em Defesa da Vida)!
- Fora Bolsonaro e todo o seu governo!