As crises econômica e social, agravadas pela pandemia, colocam enormes desafios para a classe trabalhadora, tanto para se proteger da contaminação quanto para ter o mínimo para a sua sobrevivência.
São problemas como o desemprego, trabalho precário, serviços públicos cada vez mais abandonados, falta de vacinação, impossibilidade de se proteger do COVID (nem ficar em casa pode como o recomendado pela Ciência e comprar alimentos), entre outras injustiças.
Sabemos que a depender de Bolsonaro e da burguesia as nossas milhares de mortes seguirão e as taxas de lucro se manterão.
Unidade da Esquerda Socialista e Anticapitalista é decisiva
A maioria das atividades do Dia do Trabalhador no Brasil foi virtual com a realização de várias “lives” pelo país. E ocorreram também alguns poucos atos presenciais. É muito triste essa realidade, mas, é de fato uma contradição.
A falta de mobilização da classe trabalhadora de conjunto e inclusive das maiores categorias profissionais foi o principal problema desse 1º de Maio, mas não só o “ficar em casa” foi o determinante. Afinal, é exatamente a maior parte dessa classe que sai às ruas todos os dias para a labuta da sobrevivência mesmo diante dessa pandemia.
O principal problema desse 1º de Maio foi a posição das maiores centrais sindicais do país (CUT, Força Sindical, etc.) de realizar uma atividade com alguns dos principais algozes da classe trabalhadora como Rodrigo Maia e FHC, dentre outros. Alegando ainda a farsa de uma possível e “ampla unidade” contra Bolsonaro mesmo quando sabemos que, não só votaram nele em 2018, como apoiam todos os ataques contra os direitos dos trabalhadores.
Corretamente, a CSP-Conlutas e a Intersindical mantiveram o debate classista de um 1º de Maio de luta, sem a participação de governos burgueses e empresários, demarcando a necessidade de unidade na luta da classe trabalhadora, de denúncia de todos esses problemas e contra capitalismo.
E sabemos que temos nesse momento cruel (com muitas mortes e contaminados) o grande desafio de encontrarmos formas para organizar a resistência com a classe trabalhadora, enfrentando todos esses ataques aos direitos trabalhistas, sociais e, especialmente, o direito de viver.
Repúdio ao que explica a exclusão de Emancipação Socialista na Live do 1º Maio
Corretamente todas as correntes/partidos da esquerda socialista defendem a unidade na luta. Mas, sabemos que tem prevalecido a divisão e muitas vezes por questões secundárias.
Também seguem pesando questões e práticas burocráticas, de disputa por controle de aparato, exclusão ou sabotagem de outras forças políticas por terem posicionamento político diferente.
Infelizmente até em uma Live (atividade virtual num 1º Maio, com todos os problemas enfrentados diante de um governo genocida) organizada pela CSP-Conlutas e Intersindical prevaleceu esse método: tivemos a nossa participação negada pela direção majoritária da Central (PSTU) através de um dos companheiros da direção (não achamos correto expor o nome por não considerarmos responsabilidade individual e sim uma posição política do partido).
A reivindicação, fruto da luta do cotidiano na construção da Central, foi realizada dias antes do ato conforme requisitado (e apoiada pela Reunião da Direção da Central de Minas Gerais). Para a negativa foi alegado que haveria somente “falas” de entidades sindicais, mas, várias organizações, correntes e partidos tiveram o direito à voz na participação. Dessa forma, reafirmamos que negar o direito (básico) e usar da mentira como justificativa é método que merece todo o nosso repúdio nos movimentos e lutas da Esquerda.
E entendemos que a Intersindical não teve responsabilidade sobre a conduta, foi uma ação de responsabilidade da direção majoritária da CSP-Conlutas.
Nós e outras forças políticas, que tiveram o direito a voz, construímos a CSP-Conlutas desde a fundação, defendemos a Central dos ataques da burguesia e das burocracias sindicais porque entendemos ser fundamental um instrumento de frente única, de luta e de Esquerda. E as divergências, no atual momento, não justificam nenhuma exclusão.
Portanto, seguiremos na luta classista e anticapitalista construindo a CSP-Conlutas como Central Sindical de Luta e combatendo esse tipo de método.
Emancipação Socialista