Um governo da extrema-direita
Bolsonaro venceu as eleições em 2018 com discursos radicais de combate a corrupção e contra os direitos humanos e focou numa proposta “anti-PT”. Buscou manter infladas as mobilizações que levaram ao impeachment de Dilma Rousseff. E foi o aceno desejado da burguesia para impulsionar, de modo mais rápido, os ataques aos direitos dos trabalhadores.
E assim fez e faz esse governo tanto com a Reforma da Previdência, Trabalhista e diversos outros seguidos ataques à classe trabalhadora. Essa sanha pela destruição da vida dos trabalhadores tem garantido lucros recordes, todos os anos, a banqueiros e grandes empresários. Enquanto isso, impõem o desemprego, o aumento da inflação, de taxas na conta de energia elétrica, do combustível, do gás de cozinha, a crise hídrica e consequentemente o aumento da fome, da carestia e da miséria.
O pagamento da Dívida Pública para os bancos ficarem ainda mais ricos chegou, somente em 2021, a R$1,381 trilhões de reais, isto é, 39,08% do PIB nacional (Auditoria Cidadã da Dívida).
Em contrapartida, cenas de pessoas buscando comida nos caminhões de lixo e sofrendo acidentes domésticos (com uso de álcool no fogão ou com forno à lenha) por não poderem comprar gás de cozinha estão cada dia mais comuns.
Dessa forma, podemos afirmar que esse desgoverno não apenas contribui para os ricos ficarem mais ricos, faz isso às custas do aumento da miséria da população.
E como se não fosse desgraça suficiente, vivemos uma pandemia de grandes proporções com todo esse governo negando à população o direito de vida, Saúde pública de qualidade e de necessária e urgente condição sanitária. Estimulando medidas de propagação do vírus (aglomerações, não uso de máscara, etc.), contramedidas no enfrentamento da doença (demora na compra e liberação de vacinas, corte de verbas públicas, etc.) e com discursos antivacina que demonstram a verdadeira intenção de promover o genocídio de grande parcela de trabalhadoras e trabalhadores brasileiros.
A saída burguesa para a crise
Com a crise política, econômica e social não apenas os trabalhadores estão com dificuldades em lidar com esse governo. Parte da burguesia não apoia a forma como Bolsonaro aplica a política, sem mediações que leva ao desgaste e instabilidade política constantemente. Entendem que precisa mediações para não impulsionar conflitos como vimos no Chile, em outros países na América Latina e no restante do mundo.
Portanto, para governo e burguesia é preciso esconder a miséria do povo para que o “povo que padece” não se levante, não se rebele e não tome as ruas mais radicalizado contra governos e patrões que exploram e matam. Somente essas ações do povo podem levar a maior instabilidade e fortalecerem as lutas dos trabalhadores contra governos e burguesia.
A popularidade de Bolsonaro despencou (a rejeição inicial de 17% subiu e hoje é de 57% de reprovação) com o povo se manifestando e clamando por vida, vacina, emprego, comida, saúde e tudo mais. Assim, a burguesia vem tentando se unificar em um único nome para as próximas eleições. E uma chamada Terceira Via com Dória (PSDB e apoiou Bolsonaro nas eleições), Ciro Gomes (PDT) ou Sérgio Moro (PODEMOS, atuou nesse governo) ainda está em disputa.
Enquanto isso, tem aumentado a popularidade de Lula (PT) inclusive entre a parcela da burguesia que tem buscado negociar com o ex-presidente um programa de governo que – além de aprofundar rapidamente as Reformas e a intensificação das retiradas de direitos para manter as altas taxas de lucro – garanta o controle das lutas de toda a classe trabalhadora, em especial de seu setor operário.
A saída da classe trabalhadora para a crise
Assim, ao mesmo tempo em que partidos burgueses avançam nos ataques, nas propagandas e disputas eleitorais, a classe trabalhadora de conjunto segue adoecendo e morrendo diante de toda barbárie e miséria sem condição de esperar por eleições.
A queda de Bolsonaro deve acontecer já! Quem tem fome tem pressa! Não podemos esperar mais e nem confiar em partidos, entidades e organizações que não estejam na construção e organização das lutas a favor do povo!
Construir a Greve Geral, retomar as mobilizações com ação direta, assembleias populares e os atos de rua (com medidas sanitárias, com vacinados/as, uso de máscara, etc.) contra todo esse governo para mostrarmos a urgência de mudanças reais para a classe trabalhadora de conjunto, por vida, por emprego, contra a fome e a miséria!