A pandemia mostrou como os trabalhadores públicos e os serviços públicos são fundamentais para a população pobre. Caso dependêssemos de Bolsonaro e dos hospitais privados o número de mortes seria muito maior.
Tudo isso, importante destacar, mesmo em uma situação de congelamento e arrocho salarial.
E com muitas ameaças como a Reforma Administrativa, que vai destruir os serviços públicos e atacar os direitos do funcionalismo público como o fim da estabilidade no emprego. Situação que atinge todas as esferas e a maioria das categorias.
Alguns exemplos são o funcionalismo público federal (cerca de 80% dos trabalhadores com o salário congelado há 5 anos) e Professores do estado de São Paulo (com piso salarial abaixo do nacional, por muito tempo sem reajuste nos governos do PSDB que enganam com abonos não incorporados aos salários). Essa mesma situação se estende por muitos estados e municípios com o funcionalismo municipal, historicamente mais explorado, convivendo com perda de direitos e defasagem salarial.
Não tem dinheiro, mas tem aumento para a Polícia Federal?
Mesmo com toda essa situação, Bolsonaro se emprenhou pessoalmente para garantir aumento para a PF. Quais os motivos?
Primeiro, quer manter e até aumentar o controle político sobre o aparato policial. Já fez assim com as Forças Armadas quando os salários dos generais mais que dobraram. No caso da PF, ainda busca evitar a investigação (ou que “investiguem mal”) de crimes cometidos por sua família como as rachadinhas, que é especialista.
Depois, necessita manter esses setores como base de apoio político quando sair do governo para continuar com ameaças golpistas, mesmo que não tenha forças e condições políticas para um ato como esse.
Contra o aumento para os membros da Polícia Federal!
Diante da atual crise econômica, social e da possibilidade de rebeliões populares a burguesia, através do Estado, tem fortalecido o aparato policial em todos os níveis. Vejam que os contingentes de policiais crescem e estão cada vez com mais armamentos. Até mesmo nos municípios esse processo avança com as guardas-municipais que passam a cumprir funções policiais.
O aumento para a PF não vai fortalecer o funcionalismo público, pelo contrário, a repressão às lutas tende a aumentar. Quando falamos em repressão não é somente de armamento, mas de perseguições a ativistas e lutadores. Quem não se lembra dos vários inquéritos policiais que tinham somente o objetivo de intimidar? Importante destacar que a PF é também, pela sua própria natureza, um dos instrumentos de domínio da burguesia contra a classe trabalhadora.
Então, no nosso modo de ver, é fundamental a luta do movimento social contra a Reforma Administrativa, contra os cortes de verbas dos serviços públicos básicos (como Saúde e Educação), pela reposição salarial de trabalhadores públicos e obrigatória a luta contra esse aumento para os membros da Polícia Federal.